No passado fim-de-semana houve um amigo meu que comentou comigo:
- Olha sabes quem é que eu encontrei na Lousã a distribuir folhetos acerca do Metro?
- Não, disse eu.
- Olha os tipos do PNR e também estiveram em Miranda do Corvo e parece que a receptividade das pessoas foi boa.
- Palavra!? – Disse eu.
Na segunda-feira de manhã dei com um folheto nas proximidades do Cine-Teatro da Lousã e pareceu-me que algumas perguntas são interessantes e muito bem colocadas:
“Para quê tantas expropriações selvagens para um projecto sem futuro, que ainda por cima correram no Tribunal em Lisboa e não na Lousã ou Coimbra?
Que dizer das alterações do traçado da linha desde S. José para passarem pelas urbanizações da Solum e pelo Dolce Vida, beneficiando interesses especulativos de empresários e empreiteiros?
Porque motivo foram arrancadas as linhas do antigo Comboio, desprovendo as populações de transportes práticos?
Porque se abandonou a actual bitola dos carris desligando-se da rede ferroviária nacional?”
Quatro perguntas breves e sem resposta…
E daquelas que desarmam qualquer um.
É que o Ramal da Lousã, importante legado da Monarquia não é exclusivo do partido a ou do partido b, mas sim de toda uma comunidade, tendo no passado sido alavanca de progresso para toda uma região que não consegue perceber a importância do caminho-de-ferro.
Haverá um dia que as auto-estradas darão lugar de novo à ferrovia e esse dia não está longe…
Quanto ao folheto, não tenho pruridos nesta questão, nem militância activa em nenhum partido presentemente, embora continue a navegar em águas muito à esquerda (isto para vos sossegar).
Mas achei o folheto muito simpático e oportuno. Para que conste.
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